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... Eu me desnudo emocionalmente quando confesso minha carencia - que estarei perdido sem voce, que nao sou necessariamente a pessoa independente que tentei aparentar. Na verdade, nao passo de um fraco, cuja nocao dos rumos ou do significado da vida e muito restrita. Quando choro e lhe conto coisas que, confio, serao mantidas em segredo, coisas que me levarao a destruicao, caso terceiros tomem conhecimento delas, quando vou a festas e nao me entrego ao jogo da seducao porque reconheco que so voce me interessa, estou me privando de uma ilusao ha muito acalentada de invulnerabilidade. Me torno indefeso e confiante como a pessoa no truque circense, presa a uma prancha sobre a qual um atirador de facas exercita sua pericia e as laminas que eu mesmo forneci passam a poucos centimetros da minha pele. Eu permito que voce assista a minha humilhacao, inseguranca e tropecos. Exponho minha falta de amor-proprio, me tornando, dessa forma, incapaz de convencer voce (seria realmente necessario?) a mudar de atitude. Sou fraco quando exibo meu rosto apavorado na madrugada, ansioso ante a existencia, esquecido das filosofias otimistas e entusiasmadas que recitei durante o jantar. Aprendi a aceitar o enorme risco de que, embora eu nao seja uma pessoa atraente e confiante, embora voce tenha a seu dispor um catalogo vasto de meus medos e fobias, voce pode, mesmo assim, me amar...