"Os pequenos fazendeiros observam como as dividas sobem insensivelmente, como o crescer da mare. Cuidaram das arvores sem vender a colheita, podaram e enxertaram e nao puderam colher as frutas. Este pequeno pomar, para o ano que vem, pertencera a uma grande companhia, pois o proprietario sera sufocado por dividas. Este parreiral passara a ser propriedade do banco. Apenas os grandes proprietarios podem subsistir, visto que tambem possuem fabricas de conservas. A podridao alastra por todo o Estado e o cheiro doce torna-se uma grande preocupacao nos campos. E o malogro paira sobre o Estado como um grande desgosto. As raizes das vides e das arvores tem de ser destruidas, para se poderem manter os precos elevados. E isto o mais triste, o mais amargo de tudo. Carradas de laranjas sao atiradas para o chao. O pessoal vinha de milhas de distancias para buscar as frutas, mas agora nao lhes e permitido faze-lo. Nao iam comprar laranjas a vinte cents a. duzia, quando bastava pular do carro e apanha-las do chao. Homens armados de mangueiras derramam querosene por cima das laranjas e enfurecem-se contra o crime, contra o crime daquela gente que veio a procura das frutas. Um milhao de criaturas com fome, de criaturas que precisam de frutas... e o querosene derramado sobre as faldas das montanhas douradas. O cheiro da podridao enche o pais. Queimam cafe como combustivel de navios. Queimam o milho para aquecer; o milho da um lume excelente. Atiram batatas aos rios, colocando guardas ao longo das margens, para evitar que o povo faminto intente pesca-las. Abatem porcos, enterram-nos e deixam a putrescencia penetrar na terra.