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As retretes das casas de banho modernas erguem-se do chao como uma flor branca de nenufar. Os arquitectos fazem os impossiveis para que o corpo esqueca a sua miseria e para que o homem nao saiba o que acontece as dejeccoes das suas visceras quando a agua do autoclismo, a gorgolejar, as expulsa da vista. Embora os seus tentaculos se prolonguem ate nossas casas, os canos de esgoto estao cuidadosamente disfarcados e por isso nao sabemos absolutamente nada a respeito das invisiveis Venezas de merda sobre as quais se encontram construidas as nossas casas de banho, os nossos quartos, os nossos saloes de baile e os nossos parlamentos. As casas de banho daquele velho predio de um bairro operario dos suburbios de Praga eram menos hipocritas; do chao de ladrilho cinzentos, erguia-se, orfa e miseravel, a retrete. nao fazia lembrar uma flor de nenufar, mas, pelo contrario, evocava o que, na realidade, era: o sitio onde o cano terminava e o seu diametro se alargava. Nem sequer tinha tampo de madeira e Tereza teve de sentar-se directamente na lioca esmaltada, sentiu um arrepio de frio.(...)